segunda-feira, 6 de maio de 2013

Daltinho vê indícios de corrupção no Governo; líder aponta incoerência



CONFRONTO | 06/05/2013 - 20:45

Daltinho vê indícios de corrupção no Governo; líder aponta incoerência

Jacques Gosch

Jonathan Dourado/RDNews
Daltinho vê indícios de corrupção no Governo; líder aponta incoerência
Adalto de Freitas (PMDB)
    O deputado estadual Adalto de Freitas, o Daltinho (PMDB), já dá sinais de que deve mesmo romper com o PMDB. Ao que tudo indica, o parlamentar está de “malas prontas” para o novo partido Mobilização Democrática e vai assumir oficialmente a postura de oposição ao governo Silval Barbosa, que também é do PMDB. A briga começou por questões locais em Barra do Garças e ganhou contornos mais graves a partir de denúncia de supostos atos ilícitos no Palácio Paiaguás.
   Daltinho afirmou, nesta segunda (6), que Mato Grosso está submetido à incompetência, desmandos e fortes indícios de corrupção. “Apenas nas duas últimas semanas ocorreu uma onda avassaladora de denúncias, o que vem a mostrar a situação preocupante que atravessa Mato Grosso”, disparou.
   O líder do Governo na Assembleia, deputado Romoaldo Júnior, reagiu às acusações e pondera que Daltinho está magoado com o PMDB porque perdeu a disputa pela Prefeitura de Barra do Garças e acusa o partido de não dar o suporte necessário à candidatura. “Para piorar, o João Malheiros renunciou ao cargo de vice-prefeito de Cuiabá e o Daltinho ficou sem a titularidade. Por isso, age dessa maneira irresponsável”, alfinetou.
   Romoaldo ainda ressaltou que o deputado perdeu o PMDB em Barra do Garças e continua extrapolando. Segundo ele, o parlamentar entrou na onda de fazer oposição por oposição. "Eu tentei contornar a situação, mas agora vou exigir que o diretório estadual tome atitudes drásticas. A situação está insustentável. No caso do Daltinho, vale o ditado que diz: os incomodados que se mudem”, encerrou.
   Daltinho, por sua vez, elencou uma série de denúncias. Sustenta que há indícios de irregularidades na liberação dos incentivos fiscais na secretária de Indústria e Comércio. “É mais um indício de corrupção recente, que não se investiga, provavelmente para não expor o mar de lamas no qual está mergulhado o governo”. Neste caso, Romoaldo afirmou que Daltinho deve procurar o Ministério Público para denunciar qualquer suspeita de irregularidade.
   O peemedebista ainda acusou o correligionário de buscar apenas holofotes com denúncias vazias. “Como deputado, que tem a função de fiscalizar, ele deveria procurar o Ministério Público e não a imprensa. Quem sabe de irregularidades e não formaliza denúncia, no mínimo, é conivente”, disparou.
   Outra questão levantada por Daltinho é a exigência do MP para que a secretaria de Estado de Administração suspendesse o edital 013/2013, que tinha como objeto contratar empresa para cobrança da dívida ativa do Estado que chega a R$ 13 bilhões. O deputado lembrou que os procedimentos foram conduzidos de maneira suspeita, acarretando na suspensão do edital. Romoaldo classificou a postura do colega de partido como estranha. O líder do governo enfatizou que o próprio deputado foi favorável à lei que autoriza o governo a adotar o procedimento. “É incoerência votar a favor e depois criticar pela imprensa. Está faltando coerência ao Daltinho”.
   Daltinho ainda apontou o indício de sobrepreço em editais do Programa MT Integrado. De acordo com o peemedebista, o governo acabou assumindo a existência das irregularidades ao reformular o certame. Para Romoaldo, é impossível haver falhas. Ele lembra que a execução é acompanhada por todos os órgãos de controle como Tribunal de Contas do Estado, Ministério Público e Auditoria Geral do Estado. “A suspeita que o Daltinho levanta não tem nenhum fundamento”, garantiu.
   Por fim, o deputado disse que “para encerrar com chave de ouro”, o Detran foi alvo de denúncia da Associação de Subtenentes de Sargentos da Polícia Militar (ASSPMMT) e o Sindicato dos Servidores do Detran (Sinetran) apontando que 58 PMs aposentados, que prestam serviço de segurança ao órgão, com salários de R$ 1, 4 mil, estariam sendo dispensados. No lugar, estariam sendo contratados 50 guardas privados, da empresa Integral Segurança e Vigilância Patrimonial Ltda, a um custo que varia entre R$ 4,8 mil e R$ 11 mil mensais. “Estamos relatando apenas escândalos envolvendo o governo, ocorridos nas duas últimas semanas”. Romoaldo minimizou os apontamentos de Daltinho argumentando que a crise financeira do Detran não permite nenhum ato suspeito. De acordo com ele, a autarquia opera no limite, sem margem para qualquer desvio financeiro.

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