sexta-feira, 26 de julho de 2013

Taques é único sem processo judicial dos 11 da bancada federal do Estado

NVESTIGAÇÃO | 26/07/2013 - 13:36

Taques é único sem processo judicial dos 11 da bancada federal do Estado

Romilson Dourado

   Dos 11 parlamentares da bancada federal mato-grossense, somente o senador Pedro Taques (PDT) ainda não caiu em desgraça jurídica e no conceito negativo da população, com conta para acertar com a Justiça. Os demais responderam ou respondem a processos por corrupção, improbidade, crime eleitoral e até por assassinato. O penúltimo a entrar na lista é o deputado de segundo mandato Valtenir Pereira (PSB), até então um dos poucos políticos fichas-limpas.
 

















  Valtenir ganhou o noticiário por suposto esquema de caixa 2, já que teve R$ 235 mil da campanha de 2010 bancados pela Ideia Digital e não declarados oficialmente. Para complicar, a empresa teria desviado R$ 1,6 milhão do programa Jampa Digital, que deveria levar internet gratuita para João Pessoa (PB), ao custo de R$ 39 milhões.

    Ex-procurador da República e linha dura no combate a corrupção, Taques é o que restou do quadro de parlamentares do Estado livres de processos. Mas a vida do pedetista tem sofrido "devassa" e esse monitoramento no sentido de se levantar algo que o comprometa deve se intensificar porque pretende ser candidato a governador.
   Enfrentam problemas com a Justiça hoje os senadores Blairo Maggi (PR) e Jayme Campos (DEM), assim como os federais Wellington Fagundes (PR), Homero Pereira e Eliene Lima (ambos do PSD), Carlos Bezerra (PMDB), Júlio Campos (DEM) e Pedro Henry (PP) e o próprio Valtenir. Ex-prefeito de Sinop, Nilson Leitão (PSDB) também foi investigado e até detido pela Polícia Federal, mas o processo foi arquivado, após a Justiça considerá-lo inocente.
    Entre as ações enfrentadas por Maggi estão os escândalos do superfaturamento de maquinário, fato ocorrido no final do seu governo, em 2010, e acusação de improbidade pela contratação irregular da empresa Home Care Medical, no primeiro mandato. O também senador Jayme sofre dor de cabeça com processos de quando atuou no Executivo, tanto como governador quanto como prefeito de Várzea Grande. O Ministério Público Federal o denunciou, por exemplo, por desvio de recursos para construção do Hospital Central de Cuiabá e pede ressarcimento de R$ 14 milhões ao erário. As obras estão paralisadas desde 1992. A ação tramita no Supremo. Ainda como governador, Jayme responde por desvio de verbas federais destinadas à saúde pública em 1993. De acordo com denúncia da Procuradoria Regional da República da 1ª Região, Jaime teria feito parte de um esquema de desvio de quase R$ 400 mil, repassados por convênio à secretaria de Estado de Saúde, mediante a suposta aquisição de equipamentos e materiais superfaturados, com dispensa de licitação.
    Bezerra, que foi presidente do INSS em 2004, é processado criminalmente pelo MPF, sob acusação de ter montado um esquema para tentar desviar, em benefício próprio e de terceiros, mais de R$ 100 milhões do órgão. O cacique político do PMDB virou réu, por prática de corrupção, já que a Justiça Federal aceitou a denúncia em 2007. Trata-se do maior escândalo envolvendo o INSS, em termos financeiros, e que atingiu o governo Lula. Bezerra foi condenado pelo Tribunal de Contas da União, em 2006, por supostamente ter beneficiado o BMG ao franquear ao banco a base de dados de pensionistas e aposentados.
    Eliene foi condenado à perda do mandato, no mesmo processo que cassou o deputado estadual José Riva, por distribuição indiscriminada de combustíveis para os eleitores de Tangará da Serra. A punição se deu em 2010, mesmo ano em que os dois reconquistaram mandato nas urnas. Em 2010, Homero e outras 23 pessoas foram denunciadas pelo MPF por improbidade. Ex-presidente da Famato, ele teria participação num esquema de fraudes em licitações para a aquisição de cartilhas do programas do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), que causaram prejuízos de R$ 9,9 milhões ao erário.
    No ano passado, o MPF também ofereceu denúncia contra Wellington por suposta prática de peculato. Ele intercedera junto ao Ministério da Integração Nacional para viabilizar transferência de recursos públicos para Rondonópolis, por meio de convênio e, depois, contribuiu para a subcontratação irregular da empresa Airoldi Construções Ltda., pertencente a Emerson Douglas Airoldi, casado com Magda Rejane Fagundes, sobrinha do parlamentar.
    Tramita desde 2011 no STF um inquérito que apura o envolvimento de Júlio Campos em dois assassinatos ocorridos em 2004. Segundo as investigações, o empresário Antônio Ribeiro Filho e o geólogo húngaro Nicolau Ladislau Ervin Haraly foram mortos em São Paulo por causa de uma disputa por terras em Mato Grosso. O deputado é suspeito de ser o mandante dos crimes para se apropriar de terras com pedras preciosas. O processo se arrastava há mais de 6 anos na Justiça e subiu para o Supremo porque, como parlamentar, Júlio só pode ser julgado pela Suprema Corte. Pedro Henry foi condenado no processo do mensalão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Terá de cumprir pena em regime semiaberto de 7 anos e 2 meses e pagar multa de R$ 932 mil. O deputado do PP foi acusado de ter recebido dinheiro em troca de apoio no Congresso ao governo do ex-presidente Lula.
Fonte: Rd News
http://rdnews.com.br/blog/post/taques-e-unico-sem-processo-judicial-dos-11-da-bancada-federal-do-estado

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